ATA DA PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 20-01-2005.

 


Aos vinte dias do mês de janeiro de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Brasinha, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Comassetto, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Mario Fraga, Maristela Maffei, Mauricio Dziedricki, Mauro Zacher, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Raul Carrion e Sebastião Melo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Cláudio Sebenelo, Dr. Goulart, Ibsen Pinheiro, Manuela, Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Newton Braga Rosa, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Na ocasião, foram apregoadas as seguintes Emendas ao Projeto de Lei do Executivo nº 001/05 (Processo nº 629/05): de nos 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19, de autoria da Vereadora Manuela, e de nº 20, de autoria da Bancada do PT. Também, o Vereador Sebastião Melo formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a disponibilização dos autos do Projeto de Lei do Legislativo nº 172/03 (Processo nº 3320/03) e do Requerimento nº 003/05 (Processo nº 110/05). Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Executivo nos 001, 002 e 003/05, discutidos pelos Vereadores Adeli Sell, Luiz Braz, Maurício Dziedricki, Comassetto e Maristela Maffei. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D'Avila discorreu acerca dos problemas enfrentados atualmente pelos jovens brasileiros, destacando a necessidade de políticas públicas voltadas especificamente para esse segmento da população. Nesse sentido, posicionou-se favoravelmente aos Projetos de Lei do Executivo nos 001, 002 e 003/05, alegando que a implantação da Secretaria Municipal da Juventude e a criação de cargos em comissão não aumentarão as despesas da Prefeitura. A Vereadora Manuela discursou a respeito da criação da Secretaria Municipal da Juventude, afirmando que esse debate deve ser feito de forma ampla e em consonância com as necessidades dos jovens porto-alegrenses. Ainda, lembrou as preocupações do Governo Federal e do Governo do Partido dos Trabalhadores nos dezesseis anos em que esteve à frente do Executivo Municipal com a articulação de políticas que contemplem esse segmento da sociedade. A seguir, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador João Carlos Nedel, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Newton Braga Rosa, após a entrega de seu Diploma e Declaração de Bens, bem como a prestação do compromisso legal e indicação do Nome Parlamentar, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Na ocasião, foram apregoadas as seguintes Emendas: de nº 21, de autoria da Bancada do PT, de nos 22 e 23, de autoria do Vereador Aldacir Oliboni, e de nº 24, de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, ao Projeto de Lei do Executivo nº 001/05 (Processo nº 629/05); de nº 01, de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, ao Projeto de Lei do Executivo nº 002/05 (Processo nº 630/05); e de nº 01, de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, ao Projeto de Lei do Executivo nº 003/05 (Processo nº 631/05). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib questionou informações de que o Partido dos Trabalhadores teria construído toda a extensão da III Perimetral, assegurando que alguns de seus trechos foram inaugurados quando Sua Excelência exercia o cargo de Prefeito Municipal. Ainda, reportou-se à época em que dirigiu o Departamento Municipal de Água e Esgotos, considerando insatisfatórios os serviços prestados atualmente por este órgão. O Vereador Professor Garcia registrou sua participação no Congresso Mundial da Federação Internacional de Educação Física, em Foz do Iguaçu – PR – e apresentou o Atlas do Esporte no Brasil, mencionando alguns aspectos relevantes desta publicação. Também, informou dificuldades na área da Educação Física no Mercado Comum do Sul – MERCOSUL – e justificou a antecipação de seu retorno a Porto Alegre para a votação dos Projetos de Lei do Executivo nos 001, 002 e 003/05. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou o transcurso dos aniversários da Vereadora Maria Celeste, hoje, e do Vereador Professor Garcia, amanhã. Também, foi registrada a presença do Deputado Estadual Sérgio Peres, do Partido Liberal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Valdir Caetano enfatizou o Projeto de Lei do Executivo que cria a Secretaria Municipal da Juventude, argumentando que o Brasil tem a obrigação de oferecer incentivos aos jovens. Sobre o tema, aprovou a adequação proposta no quadro de Cargos em Comissão do Governo Municipal, citando medida semelhante tomada em São Leopoldo e julgando os três Projetos do Executivo, em apreciação na data de hoje, proveitosos para os porto-alegrenses. O Vereador Sebastião Melo mostrou-se favorável aos Projetos de Lei do Executivo nos 001, 002 e 003/05, frisando que a Prefeitura Municipal não aumentará, com esta iniciativa, o volume de gastos dos recursos públicos. Em relação ao assunto, criticou políticas adotadas por governantes do Partido dos Trabalhadores em relação aos Cargos em Comissão e asseverou que os Partidos de oposição ao Governo Municipal devem auxiliar com críticas construtivas o crescimento de Porto Alegre. Em continuidade, nos termos do artigo 12, § 7º, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Newton Braga Rosa, que defendeu o uso da tecnologia a serviço das pessoas, elogiando a implantação do Programa Porto Alegre Tecnópole, que implantou trinta e dois tele-centros de informática na Cidade. Também, chamou a atenção para a diminuição de custos que poderia ser conseguida em se modernizando a saúde pública do Município e exclamou que pretende ajudar Porto Alegre a se tornar um pólo nacional de tecnologia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz, afirmando que os Projetos de Lei do Executivo nos 001, 002 e 003/05 não contrariam o disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal, criticou posições a respeito do assunto hoje assumidas por Parlamentares integrantes do Partido dos Trabalhadores. Finalizando, solicitou especial atenção na análise das Emendas apostas a esses Projetos, para que sejam evitados aumentos nas despesas em relação ao Projeto original. O Vereador Elias Vidal registrou ser o Partido Trabalhista Brasileiro favorável à implantação da Secretaria Municipal da Juventude e analisou a criação e extinção de cargos e funções gratificadas decorrentes dessa medida. Ainda, questionou o sistema de ensino por ciclos vigente em Porto Alegre, asseverando que essa estrutura educacional resultou em uma comunidade estudantil carente de bases capazes de viabilizar uma efetiva integração social e ingresso futuro no mercado de trabalho. A Vereadora Maristela Maffei defendeu a atuação do Partido dos Trabalhadores na cidade de São Leopoldo, declarando que a criação de cargos observada nessa Prefeitura objetiva garantir a continuidade dos serviços públicos oferecidos à população local. Também, manifestou-se quanto ao sistema de ensino por ciclos de Porto Alegre e avaliou os debates que estão sendo realizados nesta Casa, para apreciação dos Projetos de Lei do Executivo nos 001, 002 e 003/05. Às onze horas e vinte e quatro minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária, a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Elói Guimarães e secretariados pelo Vereador Nereu D’Avila. Do que eu, Nereu D’Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum, estão abertos os trabalhos. Solicito ao Sr. 1º Secretário que apregoe as Emendas encaminhadas à Mesa.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Nereu D’Avila): A Verª Manuela apresentou 19 Emendas apostas ao PLE nº 01/05, e o Ver. Carlos Todeschini apresentou uma Emenda aposta ao PLE nº 01/05 que na discussão serão devidamente lidas e apreciadas.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, se não estou enganado, esta Casa aprovou o Conselho da Juventude, de autoria do Ver. Professor Garcia. Eu pediria, então, que viesse aos autos essa matéria, porque ela poderá ter a ver com essa questão.

Segundo, se não me engano, há um Requerimento da Verª Manuela, pedindo uma Comissão Especial para tratar da questão da juventude. Então, se essas informações procederem, que viessem para os autos para podermos analisar tanto a matéria do Ver. Professor Garcia como a matéria da Verª Manuela.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não sei se já tinha esclarecido, mas serão entregues, neste momento, as Emendas.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, não é disso que se trata. Esta Casa aprovou o Conselho Municipal da Juventude, de autoria do Ver. Garcia, e, portanto, nós estamos criando uma Secretaria da Juventude. Então eu quero ver se esse Conselho encaixa, se tem a ver com essa matéria ou não, porque há, com certeza, nessas Emendas, criação de Conselhos. Então, eu preciso esclarecer essa questão. Segundo, há um Requerimento da Verª Manuela para tratar da questão da Comissão da Juventude. Então, essas matérias são correlatas. Eu estou requerendo que venham aos autos do Processo para que a gente possa analisar para ver se têm ou não alguma articulação com esta matéria em votação.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Perfeito. Tomaremos as providências nesse sentido, Vereador.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Nereu D’Avila): Sr. Presidente, só uma retificação, eu anunciei a Emenda nº 20 como sendo de um Vereador da Bancada do PT, mas a Emenda nº 20 é da Bancada do PT.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 629/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 01/05, que cria, na Administração Centralizada do Município, a Secretaria Municipal da Juventude, com o objetivo de articular juntamente com outros órgãos do Executivo Municipal, normas e procedimentos ao planejamento, execução e acompanhamento das políticas públicas de estímulo à cidadania e qualificação profissional dos jovens e dá outras providências.

 

PROC. N.º 630/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 02/05, que atribui verba de representação aos cargos que menciona, extingue cargos em comissão na Administração Centralizada do Município, e altera o art. 1º da Lei nº 8.689, de 28 de dezembro de 2001, e dá outras providências. (cargos: Coordenador/Coordenador-Geral)

 

PROC. N.º 631/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 03/05, que cria e extingue Cargos em Comissão na Lei nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988 e dá outras providências. (cria Oficial de Gabinete)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, o Ver. João Carlos Nedel solicitou licença.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Exato, Vereador, dentro de minutos tomaremos providências.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, cidadãs e cidadãos de Porto Alegre, iniciamos o debate de importantes Projetos que o Executivo Municipal envia a esta Casa Legislativa, que merece de nós um longo e profundo debate para que a nossa reflexão e decisão sejam maduras.

Nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores e eu de um modo especial, não temos nenhum interesse de impedir a reestruturação de órgãos da municipalidade para que o Prefeito, segundo a sua visão, o seu modus operandi, consiga fazer o seu Governo. Inclusive, quando nos apresentaram os Projetos, nas falas dos representantes do Governo, havia ficado sinalizado que havia um respeito pela Lei de Responsabilidade Fiscal e que diminuiríamos alguns cargos de confiança ao criarmos outros.

Quanto à Secretaria Municipal da Juventude, é uma posição antiga do nosso Partido em constituí-la em vários Governos. Fizemos isso com sucesso em vários lugares, lembro-me muito bem, para citar um exemplo de uma experiência exitosa, do Orçamento Participativo, da juventude em Belém, no Pará.

Esta nova Secretaria terá 24 cargos de confiança, mas não está clara a locação e as funções dessas pessoas. Até que o Projeto é enxuto, e ensejou, inclusive, da nossa colega Verª Manuela um conjunto de Emendas no sentido de discutir um arcabouço mais amplo para a Secretaria, na qual o Ver. Mauro Zacher deve assumir. Nós vamos votar pela constituição da Secretaria, que fique bem claro, no entanto, nós nos perguntamos: como nós vamos entender, como vamos poder votar todos esses cargos se uma Secretaria de peso, uma Secretaria de ponta, como a Secretaria Municipal de Esportes, Ver. Haroldo, que opera com apenas seis cargos de confiança, e a da Juventude, que vai ser uma Secretaria meio de articulação de políticas, ter quatro vezes mais cargos de confiança? Nós achamos que devemos ter, mais ou menos, no mesmo patamar da Secretaria Municipal de Esportes. Eu dirigi, por 15 curtos meses, a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio, que cuida da economia, do desenvolvimento da Cidade, do abastecimento alimentar, da tecnologia e de um conjunto de outras questões, e na origem da Secretaria há, apenas, 18 cargos de confiança. Houve, a bem da verdade, Ver. Melo, duas ou três cedências que foram articuladas, porque havia, inclusive, setores que sem isso não funcionariam, e nós não queremos criar qualquer constrangimento de que algo não funcione no Governo só porque nós somos de oposição. Nós já passamos pelo Governo e sabemos de algumas das dificuldades que existem. No entanto nós achamos que há uma contradição, como também passar 10 cargos de nível superior para 42 CC4, que independem da escolaridade, e na questão da escolaridade não há nenhum demérito, porque há muitas pessoas que não têm nível superior e têm grande capacidade administrativa, e, portanto, não está em discussão essa questão. Mas os representantes do Governo esqueceram-se de fazer algumas contas. Não é simplesmente o quantum dos 10 CCs, passando para os 42, contando 12 por ano, esqueceram-se de que há vale-transporte, vale-refeição, e uma parte significativa que dá um custo bem maior, que é a Previdência, a parte que compete à Administração Municipal. Portanto, nós temos de rever essa questão. Nós não podemos concordar com essa modificação.

Quanto ao outro Projeto, que trata das gratificações, é uma adequação que o Governo está fazendo, é da sua competência, e evidentemente nós não vamos questionar. No entanto, nós queremos que se faça uma discussão com toda a serenidade. O bom dever da prática legislativa nos dá condições de aqui fazermos três chamadas de discussão de Pauta, de termos as reuniões das comissões conjuntas, e com serenidade podemos discutir esses temas. Nossa posição é de responsabilidade, de não impedir reestruturação - que o Sr. Prefeito, o atual Governo e a Bancada que lhe dão sustentação -, no sentido de aprovarem o que acham necessário. No entanto, nós vamos nos opor àquilo que achamos que é contraditório com a própria Exposição de Motivos que vem principalmente no projeto da criação da Secretaria e da modificação dos 10 CCs de nível superior para os 42 CCs de nível 4. Esses são, inicialmente, alguns questionamentos. Não queremos fazer disso aqui uma oposição por oposição, não é nosso feitio; estamos aqui para fazer um amplo diálogo com o Governo e seus representantes, especialmente com os colegas Vereadores e Vereadoras que são da Bancada de situação. Esperamos que, se necessário, possamos fazer a Sessão o dia inteiro, se precisarmos entrar à noite, não há problema, se for preciso marcar outras reuniões, estamos completamente à disposição, porque, afinal de contas, já somos pagos pela Municipalidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, sei que V. Exª já determinou, mas devido à quantidade de emendas, solicito que seja agilizada a distribuição dessas às Bancadas para que a gente possa analisar as emendas que foram protocoladas à Mesa.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Atenderemos sua solicitação, dentro do possível. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Elói Guimarães, Ver. Ibsen Pinheiro, Ver. Nereu D’Avila, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, de acordo com aquilo que foi tratado anteriormente, combinado entre o Governo e esta Casa, nós estamos hoje, aqui, reunidos em uma convocação extraordinária para votarmos a criação de uma Secretaria, votarmos a criação de verbas de representação e votarmos também a extinção e a criação de alguns cargos. Acredito que, neste primeiro momento, é muito difícil para esta Casa dizer ao Executivo que não deve criar a Secretaria ou se criar a Secretaria tem que ser com a estrutura que esta Casa pensa que ela deva ter. Eu acho que este é o momento de nós darmos um voto de confiança - é claro que temos de discutir se é boa ou é ruim a estrutura que está sendo proposta para a Secretaria -, mas eu não posso deixar, neste exato instante, de dar para o Prefeito Municipal as armas necessárias para que ele possa estruturar-se. Daqui a uns três, seis meses eu posso até criticar, eu posso até dizer que aquilo que o Prefeito fez não era o ideal, e nós chamamos atenção lá no início. Mas eu não posso, agora, neste instante, dizer ao Sr. Prefeito Municipal que ele não pode criar a Secretaria e se criar a Secretaria tem que criar aos meus moldes ou aos moldes desta Casa. Eu fui Relator, inclusive, de um dos Processos, o Processo que cria verbas de representação, e uma das coisas que se pode elogiar dentro do Processo é que realmente a preocupação inicial destes Projetos que vieram para esta Casa é de não ferir em momento algum a Lei de Responsabilidade Fiscal. Sempre se procurou eliminar despesas para que as outras que vão ser criadas aqui não sejam despesas maiores do que aquelas que já temos hoje no Município. As despesas que estão sendo criadas vêm, inclusive, ocupar uma lacuna que está sendo deixada pelas despesas que estão sendo extintas dentro do Município com a eliminação de alguns cargos. Alguns desses cargos que estão sendo extintos são cargos de Assessor Especialista em algumas das Secretarias ou, de repente, cargos de Assessor em Biblioteca Pública, na Central, e também nas bibliotecas dos bairros.

Então, acredito que o que temos hoje, aqui, é exatamente uma análise do Projeto para podermos verificar as contradições que o Projeto faz, para podermos tentar, de alguma forma, ajudar o Governo a montar uma boa estrutura, mas não impedir o Governo de fazer aquilo que ele realmente precisa para iniciar o seu trabalho. Eu acho que isto não é a missão de nenhum dos Vereadores neste exato instante. As fontes de recursos para essas verbas de representação são originadas da extinção de cargos em muitos setores da Centralizada, e eu acredito que essas verbas são extremamente necessárias para que esses profissionais que vão assessorar o Prefeito nas mais diversas áreas possam ter as condições necessárias para executar o seu trabalho.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Luiz Braz. Eu estranhei o pronunciamento do Ver. Adeli Sell, pois o Partido dos Trabalhadores sempre foi um defensor da distribuição de renda e, de repente, o Prefeito desmembra 10 cargos em 42, e o Ver. Adeli Sell mostra-se contrário a isso. Não consigo entender certas coisas, Vereador. Obrigado pelo aparte.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Agradeço a V. Exª.

É claro, que, quando ele está suprimindo 10 cargos e transformando-os em 42, é para ajeitar aquelas pessoas que são ligadas aos Partidos que estão no Governo e que precisam, realmente, também, de alguma forma, exercer uma função e ajudar a governar. Mas é a visão do Governo, eu acho que ele está iniciando; se a visão dele é essa, que ele não precisa desses 10 cargos, que vai realmente precisar utilizar esses 42, e que para ele vai ser melhor assim, eu acho que esta Casa, neste momento, precisa dar esse voto de confiança para o Governo, porque, senão, não tem como cobrar depois. Eu acho que seria até inteligente, por parte da oposição, aprovar esses Projetos da forma como eles estão sendo enviados aqui para a Casa, para que, depois, daqui a pouquinho, pudessem ser feitas as cobranças, porque, senão, vão-se perder os argumentos para se fazer as cobranças daqui a seis meses, se, porventura, estiver dando errado o modo de governar do Sr. José Fogaça.

Então, nós somos pela aprovação dos Projetos, muito embora nós não estejamos de acordo com muitas das proposições que estão sendo mandadas aqui para esta Casa. Dentro desses três Projetos, dessas propostas, nós gostaríamos até de modificar alguma coisa, mas nós vamos respeitar a vontade do administrador, e votar favoravelmente a essas propostas e às Emendas que forem negociadas com o Governo.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Mauricio Dziedricki está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, companheiro Ver. Elói Guimarães, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, servidores desta Casa, povo de Porto Alegre, eu pretendo iniciar o pronunciamento de hoje com a tratativa da Secretaria Municipal da Juventude e com a seguinte frase: “Só a força da juventude pode promover a verdadeira mudança”. Esta frase foi dita pelo Prefeito Fogaça rumo ao Paço Municipal. E é com esse sentimento que nós, jovens de Porto Alegre, nos sentimos representados no cenário político da Capital, com a certeza de participar ativamente da construção da Secretaria Municipal de Juventude.

Como Vereador desta Cidade, como jovem de Porto Alegre, como militante da juventude do Partido Trabalhista Brasileiro, sinto-me honrado por participar deste momento histórico da criação desta Secretaria, que é a consolidação de um sonho vivido e construído diariamente por todas as juventudes da Capital; sonho esse vivido e construído através de muitos debates, da discussão, da participação plena dos jovens na busca dos seus direitos.

A iniciativa do Governo José Fogaça e Eliseu Santos é uma demonstração inequívoca do compromisso que o Prefeito tem na manutenção e na responsabilidade com os jovens desta Cidade.

O jovem tem um papel preponderante nesta Cidade, papel esse que nós sempre imaginamos, não mais sendo apenas assistidos, mas, sim, passando, neste momento, a protagonistas do processo de construção de uma nova sociedade.

Essa medida demonstra que o nosso Governo entende que nós, jovens porto-alegrenses, não queremos somente um emprego, mas queremos ter a chance de novas oportunidades; que nós, jovens porto-alegrenses, não queremos mais ser somente assistidos, mas, sim, queremos e precisamos conhecer os nossos direitos; que nós, jovens porto-alegrenses, não queremos apenas o acesso à educação, mas queremos ter educação com qualidade, pois, dessa forma, com certeza, estaremos combatendo um dos maiores e mais latentes problemas que a juventude de Porto Alegre enfrenta - e por que não dizer a juventude brasileira -, que são todas e quaisquer formas de violência aplicadas à juventude.

Nós, jovens - pasmem, Vereadores -, somamos, hoje, 44% dos desempregados do nosso País; somamos, também, 69% da população carcerária, e temos 9 milhões de jovens, com a idade entre 15 e 24 anos, vivendo abaixo da linha da pobreza.

Ao mesmo passo, Vereadores, representamos 40% da população economicamente ativa de nosso País, o que comprova o potencial da juventude.

A tarefa de mudar essa realidade não dependerá somente do Prefeito ou do Secretário, mas sim de um esforço coletivo para que entendamos nossos papéis e a nossa verdadeira importância.

Tenho a convicção, nobre Ver. Mauro Zacher - que em breve estará assumindo junto ao Prefeito Fogaça essa determinação - que V. Exª assumirá essa tarefa com pleno êxito, porque ela passa de toda a verdade, abstraída de quaisquer programas ideológicos, a fazer parte das ações da juventude de Porto Alegre.

Ao mesmo tempo, faço questão de registrar, com profunda alegria, a chegada a este Plenário de mais um jovem Vereador: o amigo e companheiro Ver. Márcio Bins Ely, que futuramente dividirá esta seara. Seja bem-vindo em nome do Ver. Maurício e, com o consentimento do Líder do meu Partido, em nome do Partido Trabalhista Brasileiro. Tenho certeza de que sua atuação virá ao encontro de uma Bancada forte de juventude com a missão de traduzir as realidades da sociedade porto-alegrense.

É certo que pelo compromisso público que conduz as ações do Governo, esta Secretaria, nos moldes em que o Prefeito Fogaça imaginou conduzir sua Administração, com certeza, estará presente em todas as demais Secretarias, com uma ação transversal, fazendo com que a participação do jovem seja plena, democrática e atuante.

Sr. Presidente, mudar a vida das pessoas, atuar na vida de nossos cidadãos, representar os jovens desta Cidade, significa, antes de mais nada, respeitá-los, garantindo a todos – negros, brancos, homens, mulheres, deficientes, jovens e idosos – a participação plena nos rumos de uma Porto Alegre mais igual. Isso é, acima de tudo, interpretar o sentimento majoritário do povo porto-alegrense que delegou ao Prefeito Fogaça e ao Vice-Prefeito Eliseu Santos a responsabilidade dos rumos da nossa Cidade.

Para concluir, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gostaria de solicitar aos meus pares que votassem favoravelmente à construção e à elaboração dessa Secretaria, num momento de profunda emoção, da tão sonhada Secretaria Municipal da Juventude, representando a luta democrática e histórica de todos os que militaram nos movimentos estudantis, nos movimentos juvenis. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Nereu D'Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Eminente Presidente da Casa Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, em Sessão Extraordinária, por convocação desta Câmara em pleno recesso, esta Instituição está debruçada num dos momentos de maior fecundidade da sua história. Eis que, neste País que atravessa crises de Governos, em nível federal, que obtiveram a nossa confiança para mudança, não mudaram nada, ou se mudaram foi para pior. Então, esta Câmara se reúne para dar uma resposta àquele discurso surrado que nos acostumamos a ouvir de que a juventude é o futuro da Nação, é o futuro dos povos e por aí afora. Sempre o futuro, nunca levando à consideração que hoje existe na massa habitacional do País, na sua população, uma formatação de juventude incrível, que sai das faculdades, ou que está nas faculdades, ansiosa para colaborar com os destinos do seu povo, da sua Nação e com o destino de todos nós. Mas, quando enfrenta a realidade, já no primeiro ano após a formatura, vê que se esboroam todas as suas ilusões, a começar pela dificuldade de emprego.

Então, eu queria me referir, aqui, porque esta Sessão é transmitida para milhares e milhares de telespectadores e aqui mesmo encontram-se, nos honrando, muitos porto-alegrenses e muitas cidadãos jovens que nos trazem a sua presença, ao Ver. Adeli - primeiro orador desta manhã - que cometeu um lamentável equívoco - claro que acho, e até debito a sua seriedade, que foi de boa fé - dizendo, ao léu, que serão criados 24 cargos. Primeiro, não é verdade. Dá impressão que seriam 24 cargos em comissão, ou “cabide de emprego”. São 24 posições, das quais 14 CCs e 10 FGs - FG é Função Gratificada, que só pode ser exercida por quem já está no Município. Mas isso não é importante, porque já existem no Município Secretarias com uma estrutura bem maior do que as suas possibilidades e daquilo que poderiam dar de bem à nossa população porto-alegrense. Mas não é esse o caso. O caso aqui, o principal, não são nem as criações de cargo, porque é evidente que para se criar uma Secretaria tem de haver infra-estrutura, posicionamentos, máquinas para implementação de políticas, principalmente dos jovens, porque é da juventude. Mas, repito, para mim, isso é o secundário, e o acessório, segue o principal. Os romanos já diziam: acessorium sequitur principale.

Então o principal é que, para o povo de Porto Alegre, na situação, na crise que estamos vivendo, não podemos criar mais despesas. Porque a Prefeitura, que vinha pelo menos vendendo esbanjamento de saúde financeira, viu-se agora, ao final dos 16 anos, tirando a bimestralidade, cortando outras despesas que são de direito, leis votadas por esta Casa -, a bimestralidade ainda é Lei! Portanto o PT, no último ano, desrespeitou a Lei.

Mas o importante nesta discussão é que na criação da Secretaria da Juventude e nos outros dois Projetos que também votaremos, não vai haver nenhum aumento de despesa; pelo contrário, num deles vai haver uma economia mensal na transformação de cargos de nível superior em 42 cargos que não são de nível superior, ocasionando pouco mais de mil reais por mês de economia, ou seja, quase 13 mil reais de economia ao ano.

No outro Projeto serão 52 mil reais ao ano de economia, o que perfaz um total de quase 65 mil reais a menos de gastos para os porto-alegrenses, porque foram desdobrados cargos maiores em menores. É isso que a população quer saber. A população, hoje, quer ter o maior serviço, o maior desdobramento, maior disponibilidade da sua máquina pública; evidentemente, se for possível, sempre com menor custo. Então essa é a primeira resposta objetiva à população de Porto Alegre. E até Vereadores, como a Verª Manuela - que é da Frente Popular -, já se pronunciaram desta tribuna em outras ocasiões, propondo políticas públicas; o Ver. Maurício - que saiu agora da tribuna - também propõe políticas públicas para a juventude e está sendo proporcionada uma Secretaria que vai atuar transversalmente, não vai fazer política somente para aquela Secretaria, mas ela terá atuação transversal em todas as outras Secretarias, em todas ONGs e outros órgãos das população de Porto Alegre, fazendo uma proposição em prol dos milhares de jovens desta Cidade.

Portanto, a importância dessa Secretaria transcendeu o próprio Governo que acaba de se instalar.

Voltaremos, mais tarde, à tribuna para maiores esclarecimentos. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MANUELA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, juventude das diversas organizações político-partidárias que enchem de alegria as galerias desta Câmara, sem sombra de dúvidas, para mim, que sou uma Parlamentar jovem, a mais jovem da história de Porto Alegre, este debate é muito importante. Mas este debate para a criação da Secretaria da Juventude, aqui em Porto Alegre, não pode ser feito, em momento algum, sem nós averiguarmos, sem nós recordarmos a trajetória do debate de políticas públicas em nosso País. Este debate, ao contrário do que nós ouvimos afirmar nos jornais aqui da nossa Cidade, não é um debate novo para a juventude brasileira. A juventude brasileira participou, durante o ano passado, chamada à responsabilidade pelo Governo Federal, pelo Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, de diversos encontros, de diversos seminários que culminaram, inclusive, com a criação de uma Comissão Especial de políticas públicas na Câmara dos Deputados, em Brasília, da qual participava a pluralidade das forças políticas do nosso País, que estão representadas naquele Parlamento.

Portanto, este debate vem à tona em Porto Alegre fundamentalmente pela pressão que a juventude brasileira fez, desempenhou seu papel de luta, de pautar em cada espaço, como foi na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, um debate da juventude, das suas condições, das suas necessidades objetivas. E nós não vamos nos furtar de também pautá-lo nesta Câmara de Vereadores, pelo seu papel. Inclusive, a Prefeitura, a Administração de Porto Alegre, nos 16 anos que se passaram, pensou junto com a totalidade da juventude, formulou inúmeras políticas para essa juventude que também colaborou, fundamentalmente, para o debate nacional que foi estabelecido. Nós tivemos, aqui na nossa Capital, em uma das etapas da Conferência Nacional da Juventude, que, inclusive, foi coordenada pelo Deputado Milton Cardias, do Partido Trabalhista Brasileiro, e pelo Deputado Paulo Pimenta, do Partido dos Trabalhadores.

Agora, o que interessa ser averiguado pela nossa juventude neste Projeto, pela União da Juventude Socialista, - que é a juventude do Partido Comunista do Brasil -, depois de tanto debate, depois de tanta articulação política nacional, depois de todas as juventudes de todos os Partidos - do PSDB, do PDT, do PTB, do PMDB -, terem passado por esse debate, seja criada uma Secretaria que apenas articule a política da juventude. Nós temos de criar, então, uma Secretaria que além de articular, execute essa política em conjunto com as demais, porque não se garante a transversalidade que foi tão debatida por todas essas juventudes, simplesmente alçando ao cargo de Secretário alguém para refletir e articular as políticas. Nós temos, não este Governo, mas o Governo da Frente Popular, o Governo do Presidente Lula, que ontem noticiou a criação da Secretaria Nacional da Juventude, um acúmulo de políticas públicas de juventude, e queremos que, ao ser criado esse espaço, quem paute, quem execute essas políticas no Município de Porto Alegre, em consonância com as necessidades e com a pluralidade da juventude desta Capital, seja, portanto, essa Secretaria.

Agora, interessa-nos que essa Secretaria, para além do que se propõe, também consiga contemplar as inúmeras manifestações, as inúmeras formas de pensar e de agir da juventude de Porto Alegre. Por isso, nós protocolamos um Requerimento, Sr. Presidente, no primeiro dia desta Legislatura, para instaurar, aqui nesta Câmara, uma Comissão Especial de políticas públicas para a juventude, para nós pudermos chamar essa juventude de Porto Alegre para debater, então, quais as políticas que serão adotadas pelo Governo Rigotto. Porque se é verdade que nós vamos votar favoravelmente ao Projeto da Secretaria por compreendermos que a maneira como é administrada a cidade de Porto Alegre deve ser de quem a administra, quem decide deve ser a Administração Municipal, nós também compreendemos que as políticas a serem executadas devam dizer respeito à totalidade dessa juventude.

Nós compreendemos que essa totalidade da juventude não passa só pela Secretaria, não passa só pela Câmara de Vereadores, mas passa, fundamentalmente, por mecanismos que já foram aprovados por esta Casa, mas que devem ter o seu estudo aprofundado para que nós consigamos, de fato, garantir a participação da juventude nas políticas. Porque, como é jargão algumas vezes, mas nós não nos cansamos de repetir, políticas públicas para a juventude não são políticas públicas que são simplesmente colocadas à juventude, mas que são fundamentalmente construídas por essa juventude, executadas em conjunto com essa juventude, pensadas e formuladas para essa juventude.

Por isso a nossa preocupação em garantir espaços nesta Câmara e fora dela por debate das políticas que vão ser implementadas pela Secretaria. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares na data de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado o Requerimento de Licença do Ver. João Carlos Nedel e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Solicito ao Sr. 1º Secretário que apregoe as Emendas chegadas à Mesa.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Nereu D’Avila): Apregoamos as Emendas nºs 22 e 23, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, ao PLE nº 01/05 e a Emenda nº 24, de autoria da Verª Clênia Maranhão, ao PLE 01/05. A Emenda nº 01 ao PLE nº 02/05 e a Emenda nº 01 ao PLE nº 03/05, ambas de autoria da Verª Clênia Maranhão.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Pauta tem o momento para discutir os Projetos apresentados. A Liderança se utiliza em outros momentos que sejam importantes. Aqueles Vereadores que estavam na Casa, nos últimos 16 anos, e que me ouviram freqüentemente nesta tribuna, nunca me viram trazer as obras que, por diferentes colocações, no passado, eu tenha executado nesta Cidade. Mas eu tenho ouvido, agora, com muita atenção, os Vereadores do Partido dos Trabalhadores dizerem que eles fizeram a Cidade. Não é bem assim!

Hoje eu estou nesta tribuna, porque me aborreci seriamente. O Jornal do Comércio traz duas páginas a respeito da 3ª Perimetral. E eu sempre digo que mentir é falar contra o que se pensa, para enganar. Aqui diz que a Perimetral tem 40 metros de largura em toda a sua extensão. Não é verdade. Eu quero medir os 40 metros depois da Av. Aparício Borges. Aqui diz (Lê.): “O binário formado pelas Ruas Ceará, Pereira Franco, Edu Chaves, Souza Reis, da Av. dos Estados até a rótula da Av. Benjamim Constant, iniciou no dia 13 de outubro de 1999 e terminou no dia 22 de dezembro de 2000”. Mentira deslavada! O PT não criou a Cidade! No dia 31 de dezembro de 1983 eu inaugurei esse trecho, pronto, concretado, sem nenhuma dificuldade, obra que havia sido iniciada pelo meu antecessor Guilherme Socias Villela, e, no dia 31 de dezembro, eu a inaugurei com a presença do Ministro dos Transportes. Agora o PT começou, em 1999, a obra que estava pronta.

O Ver. Todeschini tem falado das excelências do DMAE - e ninguém mais do que eu gosta do DMAE, fui seu Diretor por duas vezes -, não havia Parceria Público-Privada em 1968, e eu, como Diretor do DMAE, fiz parceria público-privada. Estabelecemos o abastecimento de todo o Alto Petrópolis por 500 milhões de cruzeiros, na época em que os particulares entraram com 300 milhões de cruzeiros, e nós com 200 milhões de cruzeiros. Nós fizemos isso, e daí nós deixamos crescer a Cidade. Feito um programa desses, o DMAE ficou acreditado e se fez, no Sarandi, a mesma coisa. Nós nunca passamos de 98% de atendimento da população; o DMAE do PT diz que teria 99,5%. Mentira deslavada! Não atende! Nunca alguém vai atender 99,5%. Quantas vilas desta Cidade não têm água? Quantos loteamentos irregulares não têm água? É meio por cento? Isso é brincadeira! Tenho me aborrecido seriamente! O DMAE esquece que tem 27% de esgoto tratado, mas esquece que antes dele - sem financiamento externo -, nós deixamos os emissários prontos para que se fizesse a Estação de Tratamento de Navegantes. Estavam prontos, não tinha o que fazer! O DMAE, de repente, está tão rico, tão rico que está emprestando dinheiro para a Prefeitura, e não faz as obras que são necessárias. Mas também ele tem uma taxa de pluvial; eu não tinha isso!

Quando fui Prefeito, no último ano, em 1975, tive que passar dinheiro para o DMAE para poder chegar ao fim do ano. Agora é o contrário, cobram tão exageradamente que nós fomos tentar todas as soluções para que aquele exagero feito pelo Prefeito Tarso Genro não prejudicasse mais a Cidade. Nós não conseguimos. Mas é tanto que eles cobram, ou então é tanta incompetência que não souberam usar o dinheiro que deveria ter sido usado. Dinheiro de imposto, de taxa ou de tarifa deve ser usado para o bem do povo e não para emprestar para a Prefeitura.

Eu gostaria de dizer para cuidarmos dos problemas da Cidade; vamos esquecer a Administração Estadual, porque a cada vez que vierem aqui fazer um pronunciamento desse tipo, eu vou trazer outro parecido, mostrando que não eram gênios, que não eram diferentes, apenas criaturas humanas que um dia vieram administrar esta Cidade, porque o povo assim quis, mas a Cidade já existia, a Cidade de um Loureiro da Silva, que lá em 1940 já dizia que a tomada de água da Estação Moinhos de Vento e São João deveria ser levada para o meio do rio, para não acontecer o que está acontecendo hoje.

Portanto, quem tinha todo o dinheiro e não usou, não tem o direito de vir dizer que: “nós fizemos”. Não; continuaram fazendo. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, vou mudar um pouco o enfoque, e vou falar mais adiante sobre a Secretaria da Juventude, no período de Pauta, e na discussão do Projeto.

Antecipei a minha vinda a Porto Alegre, estava em Foz do Iguaçu até ontem, participando do Congresso Mundial da FIEF, - Federação Internacional de Educação Física. Lá participou Prof. Manoel Gomes Tubino, Presidente da Federação Internacional de Educação Física; também o Ministro Agnelo Queiroz; o Dep. Federal Dr. Rosinha, Presidente da Comissão do Mercosul; representando a Câmara Federal, o representante do Secretário Municipal de Esportes do Paraná, ex-deputado Federal Gomide, do PCdoB. E este Vereador teve a oportunidade, pelo quinto ano consecutivo, de presidir o Fórum Mercosul dos países do Mercosul, na Educação Física.

Estamos trazendo, pela primeira vez, a Porto Alegre, o Conselho Federal de Educação Física, formado pelo consórcio da Federação Nacional do Banco do Brasil, mais o Sesi e o Sesc, e está sendo apresentado o Atlas do Esporte no Brasil. Eu trouxe este Atlas, porque há uma coisa que chama muito a atenção. Além do esporte, este Atlas foi dedicado ao Dr. Henrique Licht, cujo Título de Cidadão Honorário de Porto Alegre, no ano passado, tivemos a felicidade de ver aprovado, por iniciativa nossa, nesta Câmara.

Para vocês terem uma idéia da importância deste Atlas, ele expressa aqui todas as informações possíveis e imaginárias no esporte, por exemplo, algumas informações importantes para os senhores e as senhoras saberem: no Brasil, não temos uma tradição olímpica tão grande na natação, temos alguns atletas, mas o Brasil é um país que possui um milhão e 300 mil piscinas. Nos esportes radicais, tão discutidos atualmente, o Brasil tem mais de oito milhões de pessoas que praticam esportes radicais. Então, este Atlas vem preencher uma lacuna no Brasil e na América Latina, fazendo com que possa servir de modelo, de paradigma, porque nem o próprio Governo Federal, nem o próprio IBGE tem os dados que constam neste Atlas. Este Atlas - quero também colocar -, não é definitivo; a cada dia que passa, ele é acrescido com novas informações.

Nós queremos trazer de público essa iniciativa do Conselho Federal de Educação Física.

Nós queremos dizer que, neste Fórum Mercosul, estavam representantes do Uruguai, da Argentina, do Paraguai, por exemplo, recebemos correspondência do Vice-Ministro de Esportes da Venezuela, que solicitou – já que a Venezuela está pedindo para fazer parte do Mercosul como associado – fazer parte do Fórum Mercosul, para explicar o sistema venezuelano de esportes.

Ficou acordado que, no próximo ano, as instituições de ensino superior dos países do Mercosul, lá em Foz do Iguaçu, assinarão um grande Protocolo de Intenções para ver de que forma isso poderia ser feito, pois, primeiro, sabemos das dificuldades, hoje, em termos de Mercosul, por exemplo, na área educacional, em que há informações. No Brasil, para ministrar aula é preciso ter curso superior. No Uruguai, nosso vizinho-irmão, determinados segmentos não precisam ter curso superior.

Então, o que está-se fazendo? Nós queremos unificar os currículos desses países para que possamos ter uma unidade.

Então, em cima disso, antecipamos a nossa viagem, porque entendemos, do momento oportuno da criação da Secretaria da Juventude, e, no final do ano, um Projeto nosso, que estava tramitando aqui na Casa há mais de dois anos, foi aprovado, criando o Conselho Municipal da Juventude. E, hoje, coincidentemente, é o último dia para o Prefeito Fogaça sancionar ou vetar o Projeto. Sancionando o Projeto, de imediato, passa a ser o órgão consultivo da Secretaria Municipal da Juventude; vetando, ele volta a esta Casa, e vamos fazer uma discussão num outro enfoque.

Então, Sr. Presidente, nós queremos trazer esse relato sobre a questão do Atlas Brasileiro de Esportes. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos registrar o aniversário da Verª Maria Celeste, desejando muitas felicidades a S. Exª, bem como, na data de amanhã, o Professor Garcia estará de aniversário. Receba, da mesma forma, as homenagens da Casa.

O Ver. Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezados Colegas Vereadores e Vereadoras, prezados assistentes, prezado público de Porto Alegre, a Pauta, hoje, é a criação da Secretaria da Juventude e extinção e criação de cargos em comissão. Esta Casa tem a responsabilidade e o compromisso de analisar com profundidade este tema. Concordamos plenamente com o Ver. Maurício, quando afirma que a força da juventude tem que ser considerada, e somos a favor da criação desta Secretaria.

Mas a força da juventude tem de estar pautada na experiência e no conhecimento de sábios, e esta Casa tem um conjunto de Vereadores de todos os Partidos, que têm a formatação de sábios sob o ponto de vista de construir e legislar esta Cidade. Portanto, nós temos um conjunto de pautas que consideramos que são as contradições do Governo Fogaça, que queremos aprofundar aqui e discutir.

A primeira delas, Sr. Presidente, quando estamos criando uma Secretaria, criando novos cargos, como já foi feito no final da legislatura passada, quando foram criadas duas novas Secretarias, na recepção que aqui tivemos ao Governo Municipal para receber os Projetos, a nossa Liderança pedia: queremos ver o organograma geral do novo modelo de gestão. Como nós, esta Casa está criando uma nova Secretaria e já criamos outras, se não estamos conseguindo ver a leitura geral do organograma que é defendido com a transversalidade, transversalidade na construção de uma cidade sustentável, e nós conseguimos ver o todo, o todo e a relação que elas possuem entre os diversos segmentos e os diversos campos, e isto não está sendo apresentado a esta Casa, Sr. Presidente. Portanto, essa contradição do Governo Fogaça, o sábio desta Casa, de todos os Partidos, precisam conhecer e saber para poderem, inclusive, orientar a juventude que aqui chega com a sua energia para poder criar e votar com segurança.

A segunda contradição que identificamos no Governo Fogaça, Ver. João Dib: está sendo “contratada”, entre aspas, ou está sendo doada, não sabemos bem o que está acontecendo, um conjunto de consultorias para vir assessorar o Governo Municipal, para criar o novo modelo de gestão. Se estão vindo assessorias de fora do Rio Grande do Sul, inclusive, para criar o novo modelo de gestão, como nós, hoje, aqui, estamos votando parte desse modelo? O Governo deveria concluir a sua proposta na globalidade e trazer para esta Casa para que nós pudéssemos discutir o conceito de transversalidade, sim; de sustentabilidade, sim, e votarmos a melhor proposta. Estas contradições estão ditas.

Entregamos, hoje, Sr. Presidente, um Pedido de Informações: que papel terão as novas consultorias do Instituto de Desenvolvimento Gerencial e da Empresa Synnetics, que está sendo dito que são os empresários que estão pagando. Isso é legal, Ver. João Dib? Isso é um presente? Qual é a contrapartida? Queremos saber essa contrapartida. Esse Pedido de Informação está colocado à Casa.

Ver. Braz, vir aqui dizer que criar 42 cargos para acomodar pessoas que apoiaram as candidaturas vitoriosas é um equívoco, não é sábio. Nós temos de votar, sim. Apoiamos o novo Governo em criar um modelo de gestão eficaz. Agora, criar 42 cargos e extinguir alguns, como, por exemplo, a Assessoria Técnica Pedagógica da Divisão de Educação Infantil e criar 42 cargos, sem saber para onde serão destinados e, ao mesmo tempo, dizermos: os cargos em comissão ora criados serão lotados por Decreto. Isso não é fazer uma proposta de planejamento; isso não é ter uma gestão sustentável; isso não é criar a transversalidade.

Para concluir, Sr. Presidente, esta conta, a nossa Bancada, os nossos Vereadores, que temos uma posição crítica e propositiva, não pagaremos. A sociedade tem de analisar isso com profundidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Saudamos a presença do Deputado Estadual Sérgio Peres, do PL.

O Ver. Valdir Caetano está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, quero dizer que vejo esta Sessão, esta convocação que tivemos para que pudéssemos discutir e votar estes três Projetos do Executivo, eu vejo, Sr. Presidente, essas iniciativas como uma adequação do novo Governo Municipal. Quero louvar, como já disse anteriormente, a criação da Secretaria Municipal da Juventude, porque nós acreditamos que já há algum tempo os nossos jovens precisam de um incentivo, e este é mais um deles, para que possamos assim ter uma juventude que venha de fato, mais tarde, representar a nossa Cidade, o nosso Estado e o nosso País, porque nós precisamos a cada dia ter quadros não somente na política, mas também em todos os segmentos de pessoas que sejam voltadas para o desenvolvimento do nosso País.

A questão da extinção ou da adequação de 10 cargos de nível superior para 42 cargos de nível médio, proposta pelo Prefeito José Fogaça, eu vejo, Sr. Presidente, que, não somente aqui em Porto Alegre, mas também em outras Prefeituras os Prefeitos têm procurado fazer esse tipo de coisa para que possam desenvolver um trabalho melhor para as suas cidades. Quero referir-me a uma matéria do jornal Zero Hora do dia de hoje que mostra que São Leopoldo tem 155 novos Cargos em Comissão. Por uma iniciativa do Prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, a Câmara de Vereadores aprovou em Sessão Extraordinária - como acontece no dia de hoje aqui -, na noite de terça-feira, a criação de 155 Cargos em Comissão. O Prefeito de São Leopoldo, é lógico, através de estudos, resolveu que a criação desses cargos vai possibilitar um melhor atendimento para a população de São Leopoldo. É assim que entendo isso.

Quero dizer, Sr. Presidente, que irei continuar mantendo a minha postura, não sendo Vereador nem de oposição nem de situação, mas sendo um Vereador para votar aquilo que acredito ser bom para a cidade de Porto Alegre. Digo, de antemão, Sr. Presidente, que vejo estes três Projetos a serem votados no dia de hoje, vindos do Executivo, com bons olhos e que são bons para Porto Alegre. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós queremos dizer que, a um Governo que assume através do mandato popular, é dado o direito de fazer as adequações na busca da realização de políticas públicas a favor da Cidade. Algumas coisas, Sr. Presidente, temos de gizar aqui neste processo. Primeiro, o Governo teve a cautela, Ver. Bernardino Vendruscolo, de não acrescentar nesta modificação um centavo de despesa ao Erário. Segundo, cria uma pasta que tem sido muito discutida ao longo do tempo aqui nesta Casa. Inclusive, vejo aqui as Emendas da Verª Manuela, todas elas qualificadoras deste processo, de alguém como o Maurício, de alguém como a Manuela, de alguém como o próprio futuro Secretário Zacher. Eu acho que, Verª Manuela, V. Exª está dando uma bela contribuição, quando pega o processo, o analisa com sua assessoria e traz aqui 19 Emendas para qualificar o Projeto, diferentemente do Ver. Comassetto, que, quando veio à tribuna, eu achava que ele estava falando do Governo Lula, que estabeleceu um balcão de operação toma-lá-dá-cá bárbaro de cargos no Governo da República.

Este Governo que ora se instala, Ver. Comassetto, não está aumentando um centavo, diferentemente do que estão fazendo ali em São Leopoldo, criando 155 cargos para acomodar a companheirada de Porto Alegre e da Grande Porto Alegre. Aliás, sob a batuta de Túlio Zamin, que foi Diretor do Banrisul e hoje é Secretário de Finanças lá! Eu pensei que V. Exª ia falar disso! Eu gostaria de ver aqui a discussão do fulcro desta Secretaria, fazer o que a Verª Manuela fez. Eu quero qualificar essa juventude que hoje não tem acesso ao emprego, à saúde, à escola, à dignidade. É disso que nós temos que falar, na criação desta Secretaria, porque aqui se busca não criar uma Secretaria por Secretaria, mas integrar, Verª Neuza, as ações da cidade de Porto Alegre para milhares de jovens que querem ter um pouquinho de cidadania, Ver. Mauro Zacher. É disso que nós estamos falando! E eu não vi na tribuna os meus queridos amigos do PT; eles, que fizeram a maior farra com cargo público, tanto em Brasília como nesta Cidade!

Eu diria ao Ver. Comassetto que não é correto, por exemplo, que um grupo de petista funde uma ONG chamada Acesso à Terra e faça um contrato com o dinheiro público para ter assessoria! Isso não é decente!

Então, quero ficar aqui nesta questão. Acho que o fulcro desta discussão é que o Governo não está aumentando um centavo! O Governo está simplesmente readequando num processo de quem chega ao poder e tem o direito de dizer: “Eu quero criar esses espaços”. Diferente, Verª Neuza, de quem está criando 155 cargos, mais algumas secretarias. Está hoje em todos os jornais a proposta do Sr. Ary Vanazzi! E não contestam, porque é para acomodar aqueles que saíram de Porto Alegre! E a Bancada do PT chega aqui e coloca dessa forma. (Aparte anti-regimental; inaudível.) Só um minutinho, Ver. Comassetto, "vamos devagar com o andor que o santo é de barro”! Nós não queremos levar esta discussão para este nível! Nós não queremos arrastar para este campo! Eu quero arrastar para o campo da Verª Manuela, que foi de muita precisão, analisou o Processo e disse, Ver. Nereu, vamos ampliar, vamos qualificar, vamos tratar de várias outras questões, que aqui não estavam tratadas!

Portanto, nós queremos dizer que quem assume tem o direito. O povo deu o recado nas urnas. Não vamos fazer oposição por antecipação, Ver. Comassetto. A oposição é sagrada em qualquer regime democrático, mas o Governo tem 20 dias e V. Exª está atirando no escuro. V. Exª tem passado, tem história e tem um Partido político que governou esta Cidade por 16 anos! Então, respeite quem está chegando neste momento. Portanto, o debate fulcral não deve ser esse debate periférico, mas, sim, no sentido do que essa Secretaria vai traduzir, do ponto de vista de políticas públicas, para a cidadania da nossa cidade de Porto Alegre. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, em primeiro lugar, nós gostaríamos de dizer que vamos votar favoravelmente à criação da Secretaria da Juventude. Nós também queremos esclarecer que fizemos várias emendas no sentido de contribuir, já que há falta de apresentação de políticas, até porque este Governo ainda não as instituiu, está esperando a Assessoria do PGQP, orientado por setores empresariais, para saber o que vão fazer por Porto Alegre após terem sido eleitos democraticamente pela sociedade porto-alegrense.

Portanto, nós, sim, Ver. Sebastião Melo, companheiro que compõe o Governo Federal, seu Partido, compõe o Governo Federal, Estadual e Municipal, tem responsabilidade política de não faltar com a verdade. E nós estamos aqui, apresentando contribuições, apesar de acharmos que não é esta Casa que tem de definir unicamente as políticas.

Por isso, também o Ver. Oliboni está apresentando uma importante Emenda, no sentido da discussão com a Conferência da Juventude deste Município. Queremos lembrar que foi criado pelo Governo Federal do Presidente Luís Inácio Lula da Silva uma Secretaria Especial da Juventude, e isso nos deixa muito felizes, e vem justamente ao encontro com a prerrogativa do Executivo Municipal de Porto Alegre no sentido de estabelecer, sim, uma Secretaria para esse setor, até aqui sem problema nenhum.

O que nós queremos discutir aqui é que, se fosse o Partido dos Trabalhadores que viesse fazer qualquer alteração no afogadilho de uma Sessão Extraordinária, entregue apenas ontem de manhã nesta Casa, sem podermos debulhar, sem podermos discutir profundamente o Projeto, seria um escândalo! E traço aqui um comparativo. Em 1993 - o Ver. João Antonio Dib e outros Vereadores, que estão há mais tempo nesta Casa, sabem disso -, sobre a questão da FESC, que transformaríamos em FASC, foi dito nesta tribuna que essa matéria só seria aprovada se nós apresentássemos o plano da FESC. Cadê o plano desse Projeto? Não existe. E aí, sim, entram as contribuições das emendas.

Esses 14 cargos que estão sendo criados, não especificam as políticas para onde vão. Se fôssemos nós que trouxéssemos para cá um Projeto como esse, que é prerrogativa do Executivo, assim como o foi em São Leopoldo, no sentido de desqualificarmos dez cargos técnicos, quero lê-los aqui, por favor, senhoras e senhores, tirando da SMED, do DEP, da SPM - Secretaria Municipal de Planejamento - e de tantos outros, seria dito que era o “trenzinho da alegria” para acomodar cabos eleitorais de campanha! Eu espero que não seja isso, porque nós, durante as disputas eleitorais, víamos dizerem slogans a respeito dos CCs do Partido dos Trabalhadores: “Olhem aqui a ‘cecezada’! Nós somos o Partido da mudança!” Vários Partidos de direita, assim como o do “coraçãozinho”, no Rio Grande do Sul, aqui se esconderam com uma “cortina de fumaça”, os de sempre, os que já têm 500 anos, que destroem esse Partido.

Está aqui, servidores. Isso é natural, é da democracia, é legítimo! Agora, nós não; se fôssemos nós que fizéssemos isso, seria “gaiola” para potencializar tendências. Vereador Luiz Braz, V. Exª espuma ódio quando traduz qualquer coisa que se refira a nós! Eu não sei se é um problema de psiquê ou de orientação política! Isso é sério! Isso não fortalece a democracia!

Portanto, senhoras e senhores, nós queremos trazer estas questões aqui e vamos discuti-las item por item, todas as manobras necessárias que são respaldadas pelo Regimento Interno. Nós não vamos aceitar que as coisas sejam feitas de qualquer forma. O Ver. Luiz Braz diz que são necessários seis meses para vermos como ficará o Governo. Eu digo que esta Casa é a Casa do Povo, e, se é a Casa do Povo, ela tem de ser respeitada. E nós vamos discutir, porque nós somos Vereadores e fiscalizadores desta Cidade. Muito obrigada, por enquanto.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Vereador ora empossado, Newton Braga Rosa, está com a palavra.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Senhoras e senhores, gostaria de aproveitar a oportunidade para me apresentar à Casa. Eu sou Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, consultor do Sebrae e comentarista de um programa de televisão há algum tempo. Eu estou vendo aqui o Ver. Haroldo de Souza; não sou seu colega porque não tenho suas credenciais, mas sou comentarista na área de tecnologia. Trabalhei e trabalho na área de tecnologia há 35 anos, tendo exercido vários cargos, participado de vários programas que fizeram um pedacinho do desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul; participei de entidades de classe, como a Sucesu, a Softsul, a Assespro e, mais recentemente, na Diretoria do Seprorgs, que foi um dos parceiros para a implantação dos telecentros na cidade de Porto Alegre.

Num certo momento da minha carreira profissional, percebi que as minhas credenciais acadêmicas e empresariais já não eram suficientes para fazer tudo o que eu achava que fosse necessário na área da tecnologia em Porto Alegre. Precisava da representatividade política, que só é conferida pelo voto. E assim, pela mão firme e serena do Ver. João Carlos Nedel, que é meu padrinho político, ingressei nesta Casa Legislativa, no dia de hoje, com muita honra de participar deste Plenário, que tem relevante importância nos destinos da nossa Cidade.

O meu compromisso e a contribuição que eu posso dar a esta Casa é usar as prerrogativas parlamentares para colocar a tecnologia a serviço das pessoas. Acredito que o governo eletrônico tem uma capacidade enorme de redução de filas, de melhorar os serviços do Município para o cidadão, reduzir custos operacionais da máquina governamental, bem como dar mais informações qualificadas para a tomada de decisão, e, principalmente, a tecnologia permite maior transparência dos atos do Governo. Acredito também que várias iniciativas das gestões anteriores devam ser preservadas: o Programa Porto Alegre Tecnópole que coloca Porto Alegre no cenário internacional; foram implantados 32 telecentros na cidade de Porto Alegre que tem uma importância enorme, principalmente entre a população mais carente, mais particularmente tem um apelo fantástico entre os jovens, objeto da votação de que os senhores estão participando na Sessão de hoje; o Fórum de Software Livre, um evento que coloca mais uma vez Porto Alegre no cenário internacional, deve merecer o nosso apoio.

Além disso, nós temos a oportunidade de incrementar os parques tecnológicos como, por exemplo, o TecnoPUC, uma iniciativa da PUC com apoio da Prefeitura da Porto Alegre, que desempenhou um papel importantíssimo no desenvolvimento tecnológico do produto de informática feito aqui no Estado e mais particularmente na cidade de Porto Alegre. Nós temos um trabalho enorme para fazer algo semelhante com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul que pretende colocar um parque tecnológico das dimensões do TecnoPUC, e acredito que esta Casa terá uma participação decisiva nesse processo, juntamente com o Executivo.

Algumas coisas deveriam ser melhoradas, acho que a tecnologia pode ser melhor aplicada na Saúde, por exemplo. É sabido que 30% dos exames clínicos, um percentual relativamente alto, jamais são buscados. E vejam que Porto Alegre tem um milhão de consultas clínicas por ano. É fácil de imaginar o custo, o desperdício que isso representa. Um pouco mais de tecnologia na área da Saúde vai permitir a unificação, a existência de um prontuário único dos doentes, e, dessa forma, o exame clínico pode ir direto do laboratório para o prontuário do paciente. Quando o paciente retornar para uma nova consulta essas informações já estarão todas disponíveis. Eu poderia me alongar a respeito de outras aplicações em que com um pouco de recurso em tecnologia poderia melhorar muito a viabilidade de novos empreendimentos e melhorar o gasto do recurso público.

Senhoras e senhores, espero, nas ocasiões em que eu estiver aqui nesta tribuna e nesta Casa, ajudar a tornar Porto Alegre a capital nacional da tecnologia. Muito obrigado pela atenção e agradeço a calorosa recepção que me foi dada no dia de hoje. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Saudamos o Ver. Newton Braga Rosa, que faz um pronunciamento junto com seu notebook.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, os três Vereadores do PSDB - Ver. Sebenelo, Ver. Ismael, e este Vereador - saúdam a nossa juventude, a juventude do PSDB, que está aqui presente para apoiar a criação da Secretaria da Juventude.

Vejam bem, a Verª Maristela, que eu admiro muito pelo trabalho que executa, uma Vereadora guerreira, batalhadora, inteligente, comete um equívoco, ela sempre que sobe a esta tribuna procura atacar este Vereador de todas as formas, dizendo que este Vereador é raivoso, que eu tenho ódio. Isso é um sentimento que não habita o meu coração. Eu posso dizer, com absoluta certeza, que eu não posso me silenciar é com relação, por exemplo, a afirmativas, como a do Ver. Comassetto, que veio aqui e falou sobre pessoas que vêm de fora para orientar a formação de Secretarias.

Ora, o Ver. Comassetto deveria, primeiramente, criticar o seu próprio Partido quando faz essas críticas com relação a outros Partidos e a outras administrações. Nós sabemos que na Administração Tarso Genro, o Prefeito Tarso, por meio de um Decreto, gastou 80 mil reais para pagar um parecer àquele tal de Luiz Eduardo, especialista em segurança pública, que chegou aqui e, no final, acabou, no seu parecer, dizendo que, para que pudéssemos ter uma melhor segurança, deveríamos liberar as drogas para a nossa juventude. E, de repente, gastamos, dos cofres públicos, 80 mil reais sem que isso tivesse passado por esta Casa! E aí eles vêm falar de pessoas que vêm de fora para orientar! Ora, eles foram useiros e vezeiros em fazer isso, então, não poderiam, de forma nenhuma, cometer essas falhas em criticar nos outros aquilo que eles fizeram em demasia.

Agora, a criação desta Secretaria da Juventude é apoiada, na verdade, por toda a Casa; todas as Lideranças da Casa estiveram presentes no encontro com o Secretário Busatto e com a Secretária Sônia, e todos disseram que estariam receptivos à criação dessa Secretaria. Naquele momento, já conheciam os textos dos Projetos enviados para esta Casa, e o Secretário Busatto e a Secretária Sônia foram bem claros quando afirmaram que o cuidado que tomavam era que não iriam ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal, criando mais despesas por causa das verbas de representação criadas, por causa dos cargos criados e da criação da própria Secretaria. Seria necessário fazer a eliminação de algumas despesas para que se pudessem criar essas novas despesas.

O cuidado que se tomou também, de acordo com aquilo que ficou expresso nas palavras da Secretária Sônia e do Secretário Busatto, é que se procurariam eliminar cargos que, neste momento, não estariam fazendo grande diferença para a Administração. E isso foi feito na visão do Prefeito. Agora, o cuidado que nós devemos tomar com todas as emendas que estão sendo colocadas aqui no plenário, com relação principalmente à Secretaria, é que se procurou fazer um equilíbrio entre aquilo que estava sendo criado e aquilo que estava sendo extinto, para que não houvesse aumento de despesas. As emendas, muitas vezes - aquelas, Ver. Sebastião Melo, que querem tornar a Secretaria mais executiva do que aquilo que está sendo proposto -, também vão propiciar que se aumente a estrutura e os gastos, e isso contraria frontalmente aquilo que o Administrador atual está querendo propor para a criação desta nova Secretaria.

Por isso que, no nosso discurso inicial, dissemos que somos favoráveis à criação da Secretaria dentro dos moldes propostos pelo Sr. Prefeito Municipal, e vamos aqui votar favoravelmente àquelas emendas que forem negociadas entre os criadores da emenda e com o Executivo, neste primeiro momento.

Quanto à Verª Maristela, se tiver condições de já analisar este Governo com apenas 20 dias de ação, é uma pessoa fantástica, porque ninguém vai conseguir analisar uma Administração com 20 dias. Seria realmente alguma coisa bem petista, o modo petista de criticar, que é criticar por criticar, a crítica pela critica. Mas isso tem destruído a nossa sociedade, isso tem impedido que a nossa sociedade possa progredir, e nós, da Social Democracia, temos um compromisso com o progresso da nossa Cidade, do nosso Estado, do nosso País. Nós não fazemos oposição por oposição, não fazemos crítica pela crítica, nós vamos estabelecer as críticas que nós acharmos que sejam, realmente, construtivas, que vão fazer com que os administradores não fiquem obstruídos de realizar em prol da sociedade. E o que está acontecendo hoje, é que o PT, infelizmente, tem essa política, que é maléfica, de tentar obstruir, de tentar deixar fazer com que o administrador fique de mãos atadas, que não faça, e agora coloca emendas que, inclusive, são capazes de aumentar a despesa com a criação da Secretaria. Não é isso que a juventude quer, não é isso que o Prefeito quer, e não é isso que a sociedade quer.

O que se procura, dentro deste Projeto, e foi o discurso do Secretário Busatto, é criar exatamente o equilíbrio entre aquilo que está sendo extinto e aquilo que está sendo criado em matéria de despesas para que a Secretaria possa funcionar. Era isso, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos honra assistindo a esta Sessão plenária, venho a esta tribuna pela primeira vez como Líder da Bancada do PTB, o que me honra muito; agradeço ao meu Partido pela confiança que deposita neste Vereador.

Venho externar o registro em relação ao que ouvi pelos que me antecederam nesta tribuna, sobre os Projetos que serão votados aqui nesta manhã. Faço algumas considerações: em primeiro lugar, eu acredito que as pessoas que vierem aqui, devem vir com espírito de ajudar Porto Alegre, a construir melhor Porto Alegre, e que a oposição deve ser uma oposição responsável, inteligente, racional, não pode ser uma oposição leviana, simplesmente vir aqui e falar por falar, para ter o que falar como oposição.

Há vários itens, e não vamos esgotá-los todos neste momento, mas em relação ao cargo de Assessoria Pedagógica, entre outros que serão extintos, Ver. Comassetto, esse é um cargo que nunca deveria ter existido em Porto Alegre. Eu digo isso por quê? Porque o ensino ciclado que foi implantado no ano de 1995, nesta Capital, não fez sentir a necessidade positiva desse cargo. Porque, segundo o próprio Presidente da República, Porto Alegre já produziu uma geração de analfabetos, senhores! E isso dito pelo Presidente da República! Quando foi implantado no ensino o ciclo pedagógico ciclado, foi implantada, aqui, uma máquina de criação de analfabetos! E o que representa para uma sociedade uma geração de jovens com todo um futuro comprometido por não terem uma base? Esse cargo nunca deveria ter existido; já vai tarde! Porque colaborou, ajudou, em 1995, na criação de uma geração de analfabetos! Será que o Presidente da República mentiu quando falou isso?

Então, senhores, por favor, venham a esta tribuna, mas façam uma oposição responsável. Não tirem para ignorantes os demais! Vir aqui para falar por falar, abrir a boca por abrir a boca, não; venham aqui e falem com responsabilidade! O que representa para a sociedade uma juventude, uma geração de analfabetos que perderão o direito de disputar um vestibular, um concurso público, ter um emprego? Então, por favor, este Vereador vem a esta tribuna indignado com essa declaração - estou-me referindo aqui a esse detalhe -, mas vamos deixar de ser demagogos, vamos fazer uma oposição responsável!

Quanto à criação da Secretaria da Juventude, eu quero parabenizar o novo Prefeito e o nosso futuro Secretário da Juventude por esta Secretaria. Muitos dos senhores sabem que trabalhei e tenho trabalhado com jovens há muitos anos, muito antes de pensar em ser político, em ser Vereador. Os senhores conhecem a minha história, eu trabalho com jovens drogados. O que existiu de políticas nessa área em Porto Alegre até o dia de hoje, senhores? Nada! Com a criança, até existe o Conselho Tutelar, existe o Estatuto da Criança e do Adolescente; para o idoso, existe aí o Estatuto do Idoso, a despeito de que ainda se precisa melhorar muito nesse sentido, mas existe algum instrumento legal. E a juventude que está à mercê das drogas! Quanto custa para um pai, para uma sociedade, para uma família ter um filho drogado? Já existiram, nesses 16 anos, políticas; fui o Presidente proponente da Comissão sobre Drogas e Violência, fiz um rastreamento dentro de Porto Alegre e se sabe muito bem que não existe política nessa área.

A juventude está à mercê das drogas, jovens envolvidos com latrocínio, com a morte, com a cadeia, com a violência, com a marginalidade, com a depravação. Eu louvo, eu agradeço e parabenizo a iniciativa da criação de uma Secretaria que vai ser o instrumento legal, que vai trabalhar de uma forma horizontal, juntamente com todas as demais Secretarias, numa interligação com os demais Secretários, desenvolvendo políticas. O que me dizem, por exemplo, sobre o Conselho Municipal de Entorpecentes que, em 2003, sabem quanto a antiga Administração repassava para esse Conselho? Cinqüenta reais, senhores! Cinqüenta ou cem reais, duas notinhas de 50 reais. Aí vem este Vereador que entrou com uma Emenda para que fossem 50 mil reais, e, para este ano, 70 mil reais. Essa é a leitura que se faz com relação aos jovens, às políticas dessa área, estou detendo-me um pouco com relação a isso. Fiz aqui uma menção em relação à educação e sobre a questão das drogas.

Então, por favor, venham a esta tribuna, mas façam uma oposição responsável, não venham aqui abrir a boca por abrir; abrir a boca, e dizer o que querem sem pensar. Quanto custa para uma mãe ou um pai ver um filho analfabeto, sem chance de disputar uma vaga? Esse jovem vai cair com muito mais facilidade no mundo do crime, no mundo das drogas se não tiver chance. Esse cargo não era nem para ter existido.

Concluo as minhas palavras, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, precisamos ser muito mais responsáveis e eu espero que o PT, a Frente Popular, faça uma oposição responsável durante esse período em que vai permanecer fora do Governo. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, gostaria de agradecer a sua sensibilidade, eu sei que são muitas matérias, V. Exª acabou não anotando o meu nome, mas a sua sensibilidade demonstra o grande Presidente que V. Exª será; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, foi dito, aqui nesta tribuna, por alguns Vereadores que passaram por aqui, referindo-se a uma matéria do jornal Zero Hora em relação à Prefeitura de São Leopoldo. Eu acredito, também, que, por a matéria ser recente e as pessoas não terem tido tempo para examinar melhor, provavelmente estão mal-informadas, porque mal-intencionadas, eu tenho certeza de que não seria o caso que aqui foi colocado.

Por exemplo, a questão de São Leopoldo, o Hospital Centenário que, por várias vezes, sofreu intervenção por desqualificação, por problemas sérios, inclusive, de higiene, enfim, ele era gerenciado por uma empresa privada. O SEMAE, que faz a distribuição de água, no viés internacional que existe das privatizações da questão do solo e subsolo, também era gerido por uma empresa privada. E o nosso Governo do Prefeito Ary Vanazzi, do Partido dos Trabalhadores, acabou com essa farra da linha de ser gerido ideologicamente por grupos fortes, por empresas, o que eu espero sinceramente que não aconteça aqui na cidade de Porto Alegre. E mais: eu gostaria de informar para as senhoras e senhores que, com isso, além de recolocar para potencializar o funcionalismo público, colocar técnicos adequados para traduzir uma política, nós ainda fomos fazer contenções em relação ao que era pago à iniciativa privada. Quando eu tiver números mais precisos, trarei a esta tribuna. Portanto, quero apenas tranqüilizar, Ver. Luiz Braz, as Lideranças da direita desta Casa, pois não é a mesma coisa que nós estamos discutindo aqui. Lá nós discutimos com todos os segmentos relacionados, não apenas com os empresários, mas com todos os segmentos sociais, principalmente os mais excluídos da nossa sociedade.

Aqui em Porto Alegre, nós já congelamos algumas pretensões, por exemplo, da pretensão do congelamento das obras do PI 2005/2006, nós estamos de olho, nós estamos articulados e queremos ajudar o Prefeito, eleito democraticamente nesta Cidade, a cumprir as suas promessas de campanha. Portanto, também é esse o nosso papel, aqui, como na sociedade de Porto Alegre.

O Ver. Elias Vidal, esta bela figura que trabalha tanto com a questão de drogadição, enfim, eu tenho a impressão, Vereador, que o senhor, hoje - não é nada pessoal -, não foi feliz nas suas colocações. O senhor trabalhou aqui com uma ótica de desqualificar um trabalho desenvolvido durante dezesseis anos, principalmente na questão da Secretaria Municipal de Educação. Por exemplo, o próprio Governo atual vai continuar desenvolvendo esse trabalho.

Então, Vereador, quando a gente vem para simplesmente fazer uma crítica pela crítica, tentar desconstituir e se tem um telhado de vidro, tem que se cuidar para também não matar as próprias palavras que o senhor colocou aqui.

Então, nós ouvimos citações também do Ver. Luiz Braz, que é uma pessoa que não traduz o ódio, é uma pessoa de uma serenidade fantástica, mas ele não consegue - eu imagino os seus sonhos, devem ser um amor platônico -, porque ele não consegue desgrudar da relação política com o Partido dos Trabalhadores. Eu gostaria que ele viesse aqui apresentar políticas que traduzissem inclusive o Governo que ele compõe, mas ele não consegue, porque ele só consegue fazer discursos se ele fizer uma crítica com o viés filosófico de destruição do Partido dos Trabalhadores. O Partido dos Trabalhadores é um Partido que se caracteriza por uma linha ideológica, tem a sua própria discussão e não precisa de corregedor para dar orientação, principalmente de um Vereador que galga muitos Partidos, saiu do PTB, e passou por todos os vieses neoliberais possíveis, de ligações internacionais, que ajudam a empobrecer e acabar com qualquer política que nós temos neste País.

Então, vamos com calma, vamos com respeito, com serenidade sempre que for preciso, porque faz bem à saúde, Ver. Luiz Braz, e faz bem à saúde da democracia também. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 11h24min.)

 

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